A radioquimioterapia (RT/QT) tornou-se o tratamento de escolha para o carcinoma espinocelular anal (CEC). Na recidiva local ou na persistência da doença, deve-se instituir o tratamento cirúrgico.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo retrospectivo foi analisar os resultados do tratamento de doentes de CEC anal.
CONCLUSÃO: A análise dos nossos resultados evidenciou que o esquema de tratamento empregado foi efetivo para o controle local e preservação da função esfincteriana do ânus e que, na falha do tratamento radioquimioterápico, a operação de resgate controlou localmente a doença.
Descritores: Carcinoma de células escamosas, Radioterapia, Quimioterapia.
METODO
Entre janeiro de 1999 e dezembro de 2004, atendemos 17 doentes de CEC anal. A idade variou de 36 a 78 anos, com média de 59,1 anos, sendo 14 (82,3%) do sexo feminino e três (17,8%) do masculino, com relação de 4,6:1.
A classificação TNM de 1997, adotada como base para a avaliação dos dados, revelou que quatro doentes (23,6%) encontravam-se no estádio I, seis no II, quatro no IIIa e três no IIIb, Operamos aqueles sem regressão completa ou com recidivas. A técnica usada dependeu do estádio da lesão. Nos estádios I e II fizemos a ressecção local, ao passo que nos estádios IIIa e IIIb indicamos a AAP e radioterapia inguinal adjuvante, na dose de 10 Gy. Na presença de metástases, indicamos QT adjuvante com 5-FU e CIS. Um dos doentes, submetido a ressecção de plicoma anal e cujo exame anatomo-patológico revelou CEC, recebeu RT/QT.
O seguimento ambulatorial foi trimestral durante os dois primeiros anos, semestral nos três anos subseqüentes, e anual após o quinto ano, no intuito de verificar a recidiva tumoral ou a presença de metástases. Os exames consistiram de biópsias locais, radiografia torácica, ultrassonografia abdominal e tomografia computadorizada. Após dois anos, os exames foram realizados anualmente.
RESULTADOS
Perdemos o seguimento de três doentes. Os 14 restantes têm seguimento entre um e cinco anos, com média de 37 meses. Desses, 13 (92,8%) apresentaram regressão completa do câncer anal., dois com ressecção local e 11 após RT/QT (83,3%) Os 10 doentes nos estádios I e II e três dos quatro (75%) nos estádios IIIa e IIIb tiveram remissão completa.
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